Também conhecida como atrofia vaginal, a vaginite atrófica é uma condição muito comum, que atinge inúmeras mulheres durante o climatério e a menopausa. E apesar de ser uma consequência natural e esperada nessa transição de fases da vida da mulher, também é uma condição que está relacionada ao surgimento ou aumento de desconfortos íntimos.
Felizmente, nos dias de hoje, já existem diversas possíveis intervenções que podem proporcionar alívio e aumentar a qualidade de vida de todas as mulheres que enfrentam a vaginite atrófica. Inclusive, vamos falar mais detalhadamente sobre essas medidas no decorrer desse texto, combinado?
Mas antes disso, para compreendermos melhor como essas medidas podem auxiliar, que tal entendermos porque a vaginite atrófica ocorre?
Como o próprio nome já indica, a atrofia vaginal nada mais é do que o enfraquecimento da musculatura da região íntima, em decorrência da diminuição dos níveis hormonais femininos, especialmente o estrogênio.
E como isso afeta a mulher, de fato?
O primeiro ponto que vamos destacar é que a diminuição hormonal como um todo afeta a mulher em diversos níveis, influenciando desde a textura da pele até a manutenção de massa magra e integridade da estrutura óssea. Assim, é muito comum que os baixos níveis hormonais provoquem a diminuição da densidade muscular da mulher, afetando diretamente os músculos da região íntima.
Além disso, a diminuição do estrogênio em específico é um ponto crucial. Um estudo publicado em 2020 pelo Brazilian Journal of Development reuniu diversas informações sobre a influência dos hormônios femininos na pele, com enfoque no estrogênio.
Algumas conclusões sobre os efeitos da diminuição do estrogênio foram:
- Diminuição da espessura e da elasticidade da pele;
- Maior dificuldade na retenção de água, impactando na hidratação cutânea;
- Diminuição na produção de colágeno e maior facilidade para sua degradação.
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Somando-se esses fatores com a maior facilidade para perda de massa muscular, a vaginite atrófica é um resultado esperado em mulheres climatéricas e menopausadas. Sintomas que costumam estar presentes também nesse momento são: ressecamento vaginal, irritação e coceira na região íntima, dor durante a relação, incontinência urinária e mudanças na textura da pele vulvar.
Tudo bem! E como faço para me cuidar, a partir disso?
Atualmente, existem várias opções para promover o alívio desses sintomas. Inclusive, é importante ressaltar que a junção de diferentes hábitos e medidas é sempre mais benéfica e efetiva do que optar por apenas um tipo de tratamento.
São algumas alternativas para combater os desconfortos causados pela vaginite atrófica:
- Os peptídeos bioativos de colágeno irão atuar ativamente na reposição do colágeno, uma vez que os baixos níveis de estrogênio provocam a diminuição da síntese de colágeno, como vimos anteriormente
- O ácido hialurônico, a vitamina C, o cobre, o zinco e a biotina irão promover hidratação, elasticidade e firmeza para pele, mucosas e região íntima, especialmente durante a menopausa, além de estimular a síntese de colágeno e fortalecer cabelos e unhas.
- A creatina e o MSM serão aliados para o fortalecimento da musculatura íntima, auxiliando também no ganho de massa magra e no reparo muscular. Serão ótimos aliados também da fisioterapia pélvica. No seguinte artigo, publicado pela BMC Women's Health, foi comprovado que mulheres que fizeram uso de um suplemento contendo creatina e realizaram treinamento muscular do assoalho pélvico apresentaram melhores resultados no tratamento da incontinência urinária do que mulheres do grupo controle, que não receberam a suplementação.
Para ler na íntegra esse artigo, clique aqui.
Por fim, cuide-se com carinho! Não deixe que a vaginite atrófica afete sua qualidade de vida. Compreender essa condição é o primeiro passo para buscar tratamento adequado. Conte com a Dita cuja! 💕✨
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Referências:
Takacs P, Pákozdy K, Koroknai E, Erdődi B, Krasznai Z, Kozma B. A randomized controlled pilot trial to assess the effectiveness of a specially formulated food supplement and pelvic floor muscle training in women with stress-predominant urinary incontinence. BMC Womens Health. 2023 Jun 20;23(1):321. doi: 10.1186/s12905-023-02476-z. PMID: 37340306; PMCID: PMC10283266.
DE OLIVEIRA RAPHAELLI, Chirle; DOS SANTOS PEREIRA, Elisa; BAMPI, Sueli Ribeiro. Importância da alimentação e da nutrição no climatério. Epitaya E-books, v. 1, n. 2, p. 47-57, 2021.
WOLPE, Luisa; GRANZOTI, Rodrigo. Alterações Fisiológicas Associadas ao Ciclo Menstrual: Uma revisão sobre o tecido cutâneo. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 8, p. 55648-55660, 2020.
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PALACIOS, Santiago et al. Recomendaciones de la Sociedad Española de Ginecología y Obstetricia sobre la prevención y el tratamiento de la atrofia vaginal. Progresos de Obstetricia y Ginecología, v. 55, n. 8, p. 408-415, 2012.